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mario quintana - poeta gaúcho - rio grande do sul

Em 30 de julho de 1906 nasce mario quintana na cidade de alegrete, rs. Estudou no colégio militar em porto alegre, retornou a alegrete e trabalhou com seu pai, farmacêutico. Após a morte de seus pais, em 1926, voltou a morar em porto alegre, sua cidade amada; escreveu vários poemas sobre suas ruas e aos 34 anos lança seu primeiro livro, "a rua dos cataventos" (1940). Publicou mais de vinte livros. Além de poeta, jornalista e tradutor, trabalhou em jornais. Traduziu proust e também a literatura européia, como giovani papini, virginia woolf, voltaire, entre outros. Nunca se casou nem teve flhos, mas teve três belas musas: greta garbo (atriz da década de 1930), cecília meireles (poetisa) e bruna lombardi (atriz e poetisa). Desde que veio para porto alegre, mario sempre morou em pensões e hotéis, entre os quais se destaca o hotel majestic, onde residiu por doze anos, de 1968 a 1980. Em 1989 é eleito príncipe dos poetas brasileiros, entre escritores de todo o pais. Em 1984 o correio do povo deixou de circular e mario ficara sem salário mensal, sem plano de saúde, não tinha nada; passou a morar de favor no hotel royal, do ex-craque falcão. Sobre a riqueza ele falou:


                                          "O dinheiro não traz venturas, certamente.
                                           Mas dá algum conforto... E em verdade te digo:
                                           Sempre é melhor chorar junto à lareira quente
                                                     Do que na rua, ao desabrigo."






I
"Escrevo diante da janela aberta.
Minha caneta é cor das venezianas:
Verde!... E que leves, lindas filigranas
Desenha o sol na página deserta!"
A rua dos cataventos



hotel majestic - casa de cultura



"Eis um problema! E cada sábio nele aplica
As suas lentes abismais.
Mas quem com isso ganha é o problema, que fica
Sempre com um x a mais..."





Na apresentação do livro "ora bolas",  uma reunião de 130 historinhas do poeta, compiladas e adaptadas por juarez fonseca sobre o humor do poeta, diz luís fernando veríssimo que ele era espontaneamente engraçado, dizia muito "ora bolas", seu desabafo de mil utilidades. Um dia mario pegou uma carona com veríssimo e teve alguma dificuldade ao descer do carro. E comentou: "como a gente tem pernas, né?"; e também que a coisa de que mais gostava no rio de janeiro era entrar em túnel. Era a única maneira de descansar da paisagem.



"Todos esses que aí estão
Atravancando o meu caminho
Eles passarão...
Eu passarinho!"







No mesmo livro, o autor conta que mario andava às voltas com os labirintos da declaração do imposto de renda. O colega sílvio braga, alma caridosa, ofereceu ajuda: reúne a papelada e me passa, que eu faço tua declaração no computador. Mario agradeceu pelos préstimos com um verso:

"Sei que meu cálculo é infiel
Na mais inglória das lutas
Lido com pena e papel
E tu, ó braga, computas"








Mario Quintana era facilmente encontrado na praça da alfândega. Isso me foi dito por alguns gaúchos. Ele era muito estimado, dava atenção a todos, tinha muita vivacidade. Por sorte, peguei um táxi em que o motorista, waldir, de 72 anos, estivera com ele várias vezes. Sabendo que o poeta era apaixonado por bruna lombardi, provocou-o: quem você imagina seja a mulher mais bonita desse mundo?, perguntou-lhe. A resposta veio rápida: eu não imagino, eu vejo essa mulher, é bruna lombardi! Há menção no aludido livro de que numa entrevista, depois de muita conversa séria, o jornalista deixou para o fim uma pergunta que sabia ser do interesse dos leitores, que ele falasse a respeito de sua amizade com bruna. Mario pensou bem pouco e disse: "Pois é!... Não sei o que ela quer comigo. Mas eu estou cheio de más intenções..." Noutra oportunidade, ele disse: "Ela é bonita por demais, aquilo é até covardia. E é portátil".









Visitei o quarto do poeta no 2º andar. O espaço tem foto de bruna e reproduz, com objetos originais, o último quarto onde viveu, no porto alegre residence hotel. A reconstituição foi coordenada por sua sobrinha elena. Sobre os hóspedes dizia:

"Esta vida é uma estranha hospedaria,
De onde se parte quase sempre às tontas,
Pois nunca as nossas malas estão prontas,
E a nossa conta nunca está em dia..."




                                                                                                           
                                               
                                                 "Dizem-se amigas... Beijam-se... Mas qual!
                                                            Haverá quem nisso creia?
                                                       Salvo se uma das duas, por sinal,
                                                         For muito velha, ou muito feia...





Admiro o poeta, sua vivacidade, humor, seu olhar para o mundo, o que fêz com maestria e de modo profundo. Poeta das emoções, sentimentos, seu legado encanta, reflete a realidade.
Faleceu em 1994, aos 87 anos de idade. Algumas informações foram por mim obtidas na casa de cultura mario quintana, o famoso hotel majestic, construído no início do século 20, e também nos livros "ora bolas", de juarez fonseca, mario quintana de bolso, prosa & verso, de sergio faraco, ambos da editora LPM&POCKET, e em contato com pessoas. O que ao mario quintana eu ofereceria? Algo bem gaúcho! Ah!, pronto, o guaíba!!! Poeta, é apenas uma fotografia! Obrigado e até um dia!







"Um dia... pronto!... me acabo.
Pois seja o que tem de ser.
Morrer que me importa?... O diabo
É deixar de viver!"













                                                                      

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