Quando criança costumava deitar no chão frio da casa para amenizar o intenso calor de minha cidade natal! E dali, debaixo de tudo, contemplava meu pequeno mundo! Viajava por paisagens incríveis pintadas por minha mãe e expostas em quadros pendurados nas paredes! Eram vários os temas, muitos deles verdes! Alguns de cores amenas, com reflexos que apareciam no chão molhado, com sombrinhas coloridas e que me deixavam encantado! Guardo na memória essa lembrança, que tanto alegrava uma criança! Aqueles rabiscos que se apresentavam na tela, o movimento, tudo era motivo de atenção, de decifrar a novidade, de vir a entender bem mais tarde, que ali estava a felicidade! Agradeço muito à minha mãe por tanto ensinamento, dedicação e amor, às vésperas de seu aniversário, o que me faz sentir um abençoado e ainda estar até hoje ao meu lado! Viva!!!
O Viaduto Santa Ifigênia começa a publicação! Restaurado e policiado, se antes era palco de assaltos, hoje está mais para saltos e diversão! Limpo e bonito, agrada aos olhos, essa foi minha impressão! Dia de sol e céu azul, também aparecem as ruas XV de Novembro, 7 de abril e adjacências. Uma parada para o bolo de bolacha faz parte da caminhada! No caminho percebo que alguém emparelha comigo! Era intensa a passada, o rapaz chegou perto e de forma ritmada passou a integrar a caminhada! Sua voz veio forte e sofrida: é difícil a vida, não tive pai nem mãe, é muito dolorida! E acrescentava que estava nas drogas! Sua fala soava como desabafo, como que a pedir uma palavra alheia, um pouco de atenção, ainda que fosse um mero olhar! O que poderia lhe dizer diante daquela situação, qual a palavra a lhe falar? Se a vida já é difícil, como fica a quem não teve pai nem mãe? Já me aproximava do metrô que iria pegar, mas ainda tive tempo de lhe fitar e dizer algo na entrada da estação: na droga