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a bruxa de riquewihr - alsácia - frança











Riquewihr é um vilarejo medieval. É também conhecido por suas bruxas. Diz a lenda que um casal que vivia muito bem veio a se separar por causa da guerra. O marido faleceu de grave ferimento. A esposa sofreu muito, recolheu-se e passou a viver só, na companhia de seu gato preto. Os moradores a apelidaram de bruxa. Certo dia ela saiu de casa. O vilarejo estava tomado. O inimigo apavorou-se com seu longo soluço - era de tristeza pela morte de seu amado - e fugiu. Ela foi considerada benfeitora e protetora do lugar. Os habitantes passaram a colocar uma bruxinha em suas janelas para proteger suas moradias. E nesse vilarejo apareceu o homem de ilusões. Apreciava o vinho. Adorava as mulheres. Naquela manhã fria de inverno, uma refeição forte e um vinho da região aqueceriam seu corpo. Na rua principal do vilarejo havia muita opção. Restaurantes, negociantes de vinho, degustação. Ele procurou algo de seu agrado, desceu escadas íngremes em busca do vinho e tomou alguns goles antes do almoço. Pronto!, a fome chegou e ele logo se acomodou.

















 Antiga era a construção, certamente feita há muitos séculos. As mesas ocupadas. Havia apenas uma livre. Tomou assento. O garçom aproximou-se. Sua vestimenta era de época. 




Feito o pedido, o homem de ilusões iniciou seus devaneios. Pensou que poderia ser atendido por uma garçonete. E com traje antigo. Como seria? O ambiente era apropriado. Chapéu vermelho e olhos verdes! Ficaria ele apaixonado?




Olhou ao redor e imaginou um bolero rendado, cabelo encaracolado, olhos esverdeados. Resistiria àquele perfil? A esta altura já nem mais prestava atenção ao prato do dia, um pernil!






Os olhos claros guardam o frescor da juventude. Essa a sua sabedoria. Quando pensava neles, morria de saudade. Como diz a canção, tinha tido muita coisa, menos a felicidade. A moça elegante serviu-lhe o almoço e depois a sobremesa. Ilusão que se materializara?  Ou será que ele apenas sonhara? Os vapores do vinho ...











Nada pessoal contra o garçom, mas bem que alguém do sexo feminino poderia trazer-lhe a conta, imaginou. Lembrou que o vilarejo era famoso por suas bruxas. Escutou uma voz estranha. Alguém o chamava:  - senhor homem de ilusão!, a conta!, ponha o dinheiro aqui na minha mão!





Que susto levou! Quase caiu da cadeira! Tentou correr, escorregou! Fugiu, nem a conta pagou! Ao sair, mais ainda se assustou! No inverno anoitece cedo. Logo se vai o dia. Já escurecia. A saída era pela torre medieval! Estaria a bruxa em seu caminho? Ele saiu de fininho. Ela gargalhou!!! e lhe desejou feliz natal! E ainda disse pra ele voltar no carnaval!!! 








"Não importa fazer bem, 
importa fazer com o coração. 
Aí tudo está bem feito"

cartas das bruxas











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